Os utentes da Estação Central dos Correios de Viseu, na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, juntam ao desespero a indignação pela situação de caos que se instalou naquele serviço, depois da Administração do CTT, com o apoio do Governo, ter mandado encerrar os Postos da Rua Serpa Pinto e da Balsa, depois de terem procedido ao encerramento do serviço que tinham na Loja do Cidadão.
Nestes últimos dias, são às centenas as pessoas que se amontoam na Estação Central para serem atendidas, com esperas que chegam a ultrapassar uma hora. É um cenário chocante em pleno século XXI, 35 anos após a aprovação da Constituição de Abril, que consagrou o direito das populações a serviços públicos de qualidade (e de proximidade) para todo(a)s, e é igualmente incompatível com as necessidades de desenvolvimento de uma cidade europeia de média dimensão como Viseu.
De facto, não é admissível que, em nome do lucro e da “viabilização” dos CTT, no claro intuito de os tornar mais apetecíveis para a anunciada privatização, se desprezem os direitos da população, encerrando às cegas serviços vitais para o desenvolvimento económico da cidade e para a qualidade de vida dos cidadãos.
O PCP junta a sua voz à de todos os que têm vindo a tornar pública a sua indignação e já contactou o seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República, para que este questione o Ministro da Economia, que tutela este serviço, sobre a necessidade da Administração do CTT voltar atrás nesta decisão absurda e incompreensível, já responsável por enormes sacrifícios e prejuízos para milhares de viseenses.
Por outro lado, o PCP também não deixa de estranhar o silêncio da Câmara Municipal de Viseu a quem cumpriria, em nome da defesa dos direitos e interesses dos seus munícipes, tomar a dianteira nesta denúncia e exigindo a pronta reabertura dos serviços encerrados.
O PCP denuncia e continuará a combater a política responsável por mais este atentado aos direitos das populações, que este e anteriores governos vêm prosseguindo e aprofundando, de sistemático encerramento de serviços públicos nas regiões do interior (Escolas, Maternidade, SAPs, Extensões de Saúde, Postos da EDP e dos Correios, Repartições de Finanças e da Segurança Social anunciando, agora, a extinção de Freguesias e Tribunais), que a pretexto da poupança, mais não visa que criar condições para uma maior “competitividade” destes serviços, que é o mesmo que dizer, para os transformar num chorudo negócio para ávidos interesses privados..
É o popularmente chamado, “poupar no farelo, para gastar na farinha”. Para não se gastar dinheiro, encerram-se serviços absolutamente indispensáveis ao bem estar e fixação das populações no interior. Entretanto, gastam-se milhares de milhões com o BPN (5 mil milhões) e reservam-se para a recapitalização dos bancos portugueses, à conta do Estado, 12 mil milhões, medidas que enterram a nossa economia e o País. É a completa inversão das prioridades para o desenvolvimento nacional.
O encerramento dos Postos dos Correios na Rua Serpa Pinto, no Bairro da Balsa e na Loja do Cidadão são um erro grave que tem de ser corrigido pela Administração do CTT e pelo Governo. O PCP apela, por isso, aos cidadãos prejudicados, para fazerem ouvir a sua voz, criando um movimento de utentes que, pelo protesto e pela luta, conduza à reabertura urgente desses serviços.
Para a defesa dos serviços públicos e dos interesses das populações, podem contar sempre com o PCP!
Viseu, 21/Dezembro/2011.
A Comissão Concelhia de Viseu do PCP