http://c9.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/o0c04f677/6593309_58Lmh.jpeg     Depois de alguns anos de espera e de um investimento colossal entrou finalmente em funcionamento o Mega Cemitério da cidade de S. Pedro do Sul.

Mas, um equipamento desta natureza, construído para funcionar em moldes modernos, subordinado a uma filosofia de ruptura com a nossa cultura judaico/cristã de culto dos mortos, devia ter obrigado a Câmara e os serviços respectivos, a um trabalho de eficaz pedagogia junto da população, para explicar os objectivos sanitários e de ordenamento que se pretendem alcançar.

Não o fizeram, como se exigia e era sua obrigação e não tardaram as manifestações de desagrado pela forma como estão a ser feitos os enterramentos.

Chegaram até nós relatos de grande indignação por parte de familiares que ali sepultaram os seus entes queridos. É que, o novo Cemitério, mais parece um grande prado onde a erva cresce espontânea e desordenada. Não tem zonas pedonais nem espaço entre campas que permitam a permanência das pessoas enquanto decorrem as exéquias fúnebres.

Os féretros são colocados em sepulturas de cimento e cobertos com talhões de terra e erva previamente recortados, ficando sem qualquer sinalização de quem ali jaz. Quem acompanha os funerais pisa obrigatoriamente a relva sem se aperceber que por debaixo existem campas. 

Nas indefinidas campas, não são permitidos quaisquer símbolos religiosos ou simples jarras com flores, nem elementos identificadores de quem ali está sepultado.

Todas estas questões são consideradas pela população, atentatórias da dignidade e respeito que é devido ao lugar, sendo alvo das mais severas críticas das famílias que se vêem confrontadas com a imposição destas novas regras, contrárias às práticas seguidas no Cemitério Velho.

A Comissão Inter-Concelhia de Lafões do PCP, agora que tudo ainda está no inicio, alerta a Câmara para a necessidade de ouvir a população, como previamente devia ter feito, corrigindo o que está mal e ofende os preceitos afectivos das pessoas.

Não basta ter equipamentos topo de gama e princípios ultra modernos para se solucionarem problemas de higiene e de ocupação de espaço. É necessário, sobretudo, ter um comportamento democrático que leve em linha de conta o respeito pelos valores, com os quais podemos discordar, mas que estão arreigados no povo por séculos de prática religiosa. Foi por uma questão similar que no século dezanove se desencadeou o movimento da Maria da Fonte.

 

S. Pedro do Sul, 14/03/2011   

A Comissão Inter-Concelhia de Lafões do PCP