Depois de alguns anos de espera e de um investimento colossal entrou finalmente em funcionamento o Mega Cemitério da cidade de S. Pedro do Sul.
Mas, um equipamento desta natureza, construído para funcionar em moldes modernos, subordinado a uma filosofia de ruptura com a nossa cultura judaico/cristã de culto dos mortos, devia ter obrigado a Câmara e os serviços respectivos, a um trabalho de eficaz pedagogia junto da população, para explicar os objectivos sanitários e de ordenamento que se pretendem alcançar.
Não o fizeram, como se exigia e era sua obrigação e não tardaram as manifestações de desagrado pela forma como estão a ser feitos os enterramentos.
Chegaram até nós relatos de
grande indignação por parte de familiares que ali sepultaram os seus
entes queridos. É que, o novo Cemitério, mais parece um grande prado
onde a erva cresce espontânea e desordenada. Não tem zonas pedonais nem
espaço entre campas que permitam a permanência das pessoas enquanto
decorrem as exéquias fúnebres.
Os féretros são colocados em
sepulturas de cimento e cobertos com talhões de terra e erva previamente
recortados, ficando sem qualquer sinalização de quem ali jaz. Quem
acompanha os funerais pisa obrigatoriamente a relva sem se aperceber que
por debaixo existem campas.
Nas indefinidas campas, não são
permitidos quaisquer símbolos religiosos ou simples jarras com flores,
nem elementos identificadores de quem ali está sepultado.
Todas estas questões são
consideradas pela população, atentatórias da dignidade e respeito que é
devido ao lugar, sendo alvo das mais severas críticas das famílias que
se vêem confrontadas com a imposição destas novas regras, contrárias às
práticas seguidas no Cemitério Velho.
A Comissão Inter-Concelhia de
Lafões do PCP, agora que tudo ainda está no inicio, alerta a Câmara para
a necessidade de ouvir a população, como previamente devia ter feito,
corrigindo o que está mal e ofende os preceitos afectivos das pessoas.
S. Pedro do Sul, 14/03/2011
A Comissão Inter-Concelhia de Lafões do PCP