No passado dia 03 de Fevereiro, teve lugar a sessão ordinária da Assembleia Municipal de Lamego. Na reunião, por iniciativa da CDU, foi colocada à discussão uma moção contra a municipalização da escola pública.
Esta moção assentava em três pontos fundamentais:
Para esconder a sua posição sobre o assunto, a coligação PSD/CDS, tentou tudo para evitar a discussão da moção. No entanto as determinações regimentais e a firmeza do eleito da CDU obrigaram a discutir e a votar o documento.
Queriam fugir a esta discussão, pois conhecem os malefícios inerentes à municipalização da escola pública. Seguidistas, preferiram a obediência às orientações dadas pelo Presidente da Câmara em plena assembleia, do que defender os interesses da comunidade escolar do Concelho.
Assim, a moção foi rejeitada pelos eleitos e presidentes de junta de PSD e CDS (com uma abstenção), sendo votada favoravelmente por PS e CDU.
Entende o Presidente da Câmara e o PSD/CDS que o município pode fazer melhor, que a administração central, no recrutamento e na gestão do pessoal docente? Considera, também benéfica uma descentralização, que retira a autonomia curricular e pedagógica às escolas para as centralizar na câmara municipal?
Afirma o Presidente da Câmara que a gestão municipal vai produzir professores e funcionários melhores e mais motivados. Será que os que hoje trabalham no concelho não o são? Que instrumentos e idoneidade tem a autarquia para aplicar o estatuto disciplinar e a avaliação de desempenho? Sabendo nós da situação de falência em que se encontra a Câmara devido à má gestão do Executivo, onde irá desencantar dinheiro para assegurar salários, quando o governo central deixar essa tarefa à responsabilidade directa da autarquia?
Ou será que a motivação do Presidente para aceitar a Municipalização da Educação seja apenas a de obter do Governo os 13.500 euros por cada professor que exclua (desempregue) do sistema?
A CDU rejeita:
- A possibilidade de as câmaras contratarem até 25% dos docentes, para as componentes curriculares locais, o que implicará selecionar um número significativo de docentes, empurrando outros para o desemprego e a mobilidade especial.
- A intenção de atribuir às câmaras a designada “contratação de escola”.
- A possibilidade de as câmaras gerirem o exercício de funções pelos docentes no âmbito municipal, deslocando-os entre escolas e agrupamentos.
- A possibilidade de, em articulação com o novo estatuto do ensino particular e cooperativo, escolas públicas e privadas serem consideradas em pé de igualdade para efeitos de rede e distribuição de alunos dentro do chamado território municipal
A CDU apela aos professores, aos órgãos de direção e gestão das escolas, aos pais e aos autarcas responsáveis para que aprofundem a análise das implicações desta contratualização e recusem a concretização de medidas que se inserem na designada reforma do Estado, visando reduzir ao mínimo as funções sociais que a este estão constitucionalmente consignadas.
Lamego, 10/02/2015