Texto publicado no «Jornal do Centro» na edição de 14/02/2014
Convido o leitor a fazer um percurso gerador de interrogações e perplexidades.
Um ponto de partida possível é o ano de 2006. O Diário de Viseu citava o então Presidente da Câmara: “ (…) brevemente, será feita a adjudicação do Centro Escolar da Ribeira”. O fim da caminhada pode ser o anúncio feito pelo actual Presidente da Câmara na última Assembleia Municipal, dando conta da aprovação pelo QREN de uma candidatura para construção do Centro Escolar Viseu Estrela.
Em 2011 o Dinheiro Vivo citava o Vice-presidente da autarquia que aludia “à ampliação e requalificação da escola da Ribeira.”
Em 2012, Américo Nunes, citado agora no jornal As Beiras, anuncia que a escola vai ser requalificada. Com efeito, cerca de três meses depois é lançado o concurso público em D.R. (nº 115 Série II) para Construção do Centro Escolar da Ribeira, tendo até sido apresentada publicamente uma maquete.
Questionado pela CDU sobre as razões que levaram à não execução como prometido, das obras de requalificação na Escola da Ribeira, Almeida Henriques respondeu que só no próximo QREN (lá para 2016/17) será possível cumprir esta promessa já com oito anos.
Até lá, o quadro de degradação acentua-se. A humidade faz levantar a tijoleira, os caixilhos não vedam o frio, calor ou chuva e o amianto continua a ameaçar a saúde de quantos frequentam aquele estabelecimento de ensino.
A pergunta baila nas entrelinhas: que critério terá levado a Câmara de Viseu a optar por construir o Centro Escolar Viseu Estrela, deixando para trás a requalificação/construção da Escola da Ribeira? Uma escola com um valoroso trabalho pedagógico, reconhecido pelos pais, que dá vida a uma zona desvitalizada da cidade, que contempla um espaço envolvente privilegiado para ali ser construída uma obra modelar.
Será que a aposta na deterioração da escola pública encontra fiéis executores no nosso concelho?
Filomena Pires
Deputada Municipal de Viseu eleita pela CDU