Pelo exemplo de concelho de pequena propriedade agrícola e de agricultura familiar onde os agricultores adoptaram formas de organização cooperativa bem sucedidas. Pela sua ligação intrínseca ao escritor Aquilino Ribeiro, que imortalizou na sua obra “Quando os Lobos Uivam” a gesta heroica dos povos serranos em defesa da propriedade comunitária dos Baldios, o PCP escolheu Moimenta da Beira, para a realização do Colóquio: “Álvaro Cunhal e a Luta dos Pequenos Agricultores e Compartes dos Baldios”.
Esta iniciativa, que se insere no programa nacional de comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal, terá dois momentos distintos, sendo o primeiro às 12 horas, em Soutosa, junto ao busto de Aquilino Ribeiro, com a Evocação do Cinquentenário da sua morte e a deposição de uma coroa de flores. Pelas 14 horas e 30 minutos, no Auditório Padre Bento da Guia, em Moimenta da Beira, iniciar-se-á o Colóquio, que terá intervenções de Agostinho Lopes, ex-deputado e membro do Comité Central do PCP, de João Frazão, da Comissão Política do Comité Central do PCP, do Professor João Silva, Presidente da Cooperativa Agrícola do Távora, de José Eduardo Ferreira, Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira e de Manuel Rodrigues, Presidente da Balflora – Secretariado Distrital dos Baldios e membro do DORV e do Comité Central do PCP.
Ao contrário do que os inimigos da Revolução de Abril mentirosamente propalaram, O PCP nunca defendeu a colectivização da terra fora das zonas do grande latifúndio subaproveitado e improdutivo, do Alentejo e Ribatejo. Desmentindo essa atoarda maldosa, o PCP dedicou sempre uma atenção especial à posse da terra pelos pequenos agricultores e rendeiros, bem como à sua organização de classe, apoiando e dinamizando a criação de estruturas que deram sustentabilidade à actividade agrícola e apoio à comercialização das produções, com vista à elevação dos rendimentos e consequente melhoria da condição de vida dos agricultores.
Foi a luta e a proposta do PCP que conduziram antes e depois do 25 de Abril a formas inovadoras de organização dos agricultores do norte e centro do país: O MARN e o MAPRU, movimentos dos agricultores que pugnavam pelos direitos dos camponeses rendeiros e pela generalização da Previdência Rural. Os Secretariados dos Baldios, que organizaram a luta pela posse e gestão dos baldios pelos compartes. As Ligas e Associações camponesas que desempenharam e em muitas regiões ainda desempenham um papel determinante na capacidade reivindicativa das populações rurais. A par de uma persistente luta para que fossem criados organismos de apoio à melhoria da produtividade e ao escoamento dos produtos agrícolas e pecuários, como são exemplo a EPAC, o IROMA, o SADA, e alguns mais.
Todo este labor e actividade política do PCP tiveram sempre o contributo e acompanhamento do camarada Álvaro Cunhal, quer através da responsabilidade de organismos de direcção para este trabalho, quer através da redação de documentos e publicações direccionadas para os pequenos agricultores, como foram “O Camponês”, ou o Jornal “A Terra”, órgão de unidade dos camponeses do norte.