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A Câmara Municipal de Mangualde anunciou com grande orquestração mediática uma parceria público-privada para o concelho. Objectivo: a criação de uma dita Praia Artificial (Live Beach) que inclui um complexo de lazer, junto ao recinto da feira semanal. A entrada em funcionamento está marcada já para este Verão.

Os números parecem tentadores: os privados investem 1 milhão de euros. A Câmara fornece o terreno. O impacto na região será, dizem, de 13 milhões de euros durante os próximos 6 anos.

«Quando a esmola é grande o pobre desconfia» diz o nosso povo. A Comissão Concelhia de Mangualde do Partido Comunista Português foi analisar o contrato celebrado e concluiu que o propalado «custo zero» para o erário público afinal é mentira. Terá sido por esse facto que os Concelhos vizinhos, a quem a empresa primeiro ofereceu o «negócio», o recusaram?

Como pode o executivo camarário falar de custo zero quando contratualmente se obriga a fornecer água de borla para «alimentar» uma praia, electricidade de borla para palcos, máquinas das piscinas, restauração, iluminação, etc., construir infra-estruturas de apoio, assegurar a manutenção do recinto durante 9 meses por ano, segurança externa, vedação e por aí fora.

 

Profundamente demagógica e falsa é a evocação que o investimento se traduziria também na criação de 120 postos de trabalho. A propósito de outras situações vividas no concelho, nomeadamente na PSA Peugeot-Citroen, a Comissão Concelhia de Mangualde do PCP já está habituada às trampolinices contabilísticas de João Azevedo. Cento e vinte postos de trabalho, precários, durante 3 meses por ano, são o novo conceito de emprego do Presidente da Câmara?

 

Entretanto persistem no concelho graves problemas cuja resolução foi apresentada como prioritária pela então candidatura do Partido Socialista e que continuam por resolver.

O mais gritante será, por ventura, o das fossas a céu aberto, em que as da Lavandeira, em plena cidade de Mangualde, aparecem como exemplo da troca de prioridades que animam a Câmara. A estas junta-se a generalizada ausência de ETARs., a não requalificação do Mercado Municipal, as ruínas sem solução do Teatro Cine, etc.

A Comissão Concelhia de Mangualde do PCP exige do executivo camarário um cabal esclarecimento sobre os verdadeiros custos para os munícipes de Mangualde desta pouco clara parceria público-privada. Sem propaganda enganosa nem subterfúgios manhosos, escondidos atrás dos milagres das engenharias financeiras. Em nome de uma política de verdade e transparência.

Mangualde, 21 de Março de 2011

A Comissão Concelhia de Mangualde do Partido Comunista Português