A visita clandestina ontem realizada pelo Ministro da Saúde às instalações do Centro de Saúde de S. Pedro do Sul, deixou incrédulos e estupefactos, a Direcção e o restante pessoal que ali presta serviço.
Isto porque mandam as mais elementares regras da ética e do protocolo de Estado que, os titulares governamentais comuniquem as suas deslocações oficiais pelo país, às entidades responsáveis pelos estabelecimentos que visitam, bem como à Assembleia da República. Nada disso aconteceu nesta deambulação do Sr. Ministro a S. Pedro do Sul.E este bizarro comportamento do Sr. Ministro suscita de imediato uma pergunta. De que teve medo para entrar sem batedores, sem comitiva e sem aviso prévio?
A resposta é óbvia: o Ministro da Saúde teve medo da "recepção" que o povo de S. Pedro do Sul e de Vouzela lhe reservariam depois de saberem que o Governo já decidiu fechar os SAP destes dois concelhos para além das 24 horas (meia noite) já no início do ano de 2007.Será mais uma machadada do Governo PS/Sócrates na qualidade de vida da população de S. Pedro de Sul e Vouzela, e um forte contributo para acentuar a desertificação que já hoje fortemente se faz sentir nesta região.
Foi a má consciência do Ministro que o levou a procurar a clandestinidade para visitar a recentemente criada Unidade de Saúde Familiar de S. Pedro do Sul, a funcionar no edifício do Centro de Saúde.
Cabe agora à população não ficar de braços cruzados deixando que lhe usurpem à má fila mais este serviço público, tão decisivo para o seu bem estar.
A substituição do atendimento nocturno, no SAP, aos utentes, por uma ambulância com motorista e um enfermeiro, não responde à necessidade de cuidados de saúde de proximidade e de qualidade, deste vasto Concelho, com uma grande parcela de população idosa perdida nas serranias.
Quando a dita ambulância se encontrar nas urgências em Viseu e outro doente necessitar de cuidados de saúde urgentes ou emergentes, quem o socorrerá?
As urgências 24 horas por dia em S. Pedro do Sul e Vouzela são uma necessidade que a população merece e exige e que deve ser apoiada sem hesitações pelo poder autárquico.
Vamos lutar pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) público e ao serviço das populações. Não deixemos que os interesses económicos nos roubem mais este bem precioso.
A Comissão Interconcelhia de Lafões