Tondela está a entrar, definitivamente na sociedade do consumo e do desperdício. Com a instalação das grandes superfícies, que vão, pouco a pouco, controlando o circuito comercial à sua volta. Esta absorção do mercado, prejudica não só os produtores, os fornecedores, assim como os consumidores, iludidos com os preços baixos, que, na realidade, nada mais são do que fruto das fortes campanhas publicitárias. O desaparecimento do comércio de proximidade, arrasta consigo o sumiço do campesino, que deixa de ter espaço para escoar o seu produto, destrói o comércio familiar e a sua agricultura, bem como os pequenos e médios produtores. Também se diz que cria emprego, mas o que acontece, como indicam vários estudos, é que, por cada emprego criado numa grande superfície (precário), são destruídos cinco empregos definitivos. O nosso concelho sofre já bastante com a desertificação, onde o comércio tradicional, de proximidade assume efectiva importância. A responsabilidade da autarquia revela-se na falta de coerência, na má gestão da área comercial, na falta de incentivo e apoio ao pequeno comércio, aliado às sucessivas políticas, dos vários governos que têm permitido o domínio dos bancos e actividades financeiras, que parasitam e enfraquecem a economia real.
É por isso urgente cortar com esta politica e exigir uma politica de promoção e incentivo da actividade comercial, com medidas que contrariem o processo de concentração da propriedade e de domínio avassalador dos bancos, dos grupos económicos e dos centros comerciais. Lutar por uma política que impeça o dumping social, que discipline e impeça a proliferação das grandes superfícies e que apoie o pequeno comércio, na sua actividade e modernização.