Tal como estava anunciado, a população de S. João da Pesqueira, concentrou-se em grande número, este Domingo, pelas 15 horas, à porta do Centro de Saúde local, protestando contra a intenção do Governo de encerrar as urgências daquela unidade de saúde entre as 0 horas e as 8 horas da manhã.
As centenas de pessoas que compareceram à manifestação gritaram alto e bom som que querem o SAP aberto 24 horas por dia. Lembramos que S. João da Pesqueira fica a mais de 100 km de Viseu, a mais de 70 km de Lamego e a cerca de 60 km de Moimenta da Beira para onde o Governo quer encaminhar quem recorra às urgências nocturnas. Isto por estradas sinuosas e em mau estado de conservação, que no inverno estão muitas vezes cortadas pela neve e pelo gelo.
O PCP, em solidariedade com as
populações, apresentou dia 6, na Assembleia da República, um requerimento ao Governo
questionando-o sobre as razões que motivam a sua intenção de encerrar aquele
serviço de saúde. Uma delegação de dirigentes regionais compareceu hoje na
manifestação apoiando a justa luta das gentes de S. João da Pesqueira.
Também um conjunto de activistas da Comissão Distrital de Viseu em Defesa dos Serviços Públicos de Saúde integrou este protesto.
Os órgãos municipais de S. João da Pesqueira transmitiram aos manifestantes a sua esperança de que a Providência Cautelar por eles entreposta para suspender a decisão de encerramento do SAP surta efeito, depositando, estranhamente, nesta medida, todo o seu empenhamento em contrariar a arbitrária ordem do Governo.
O acesso a cuidados médicos de saúde é um direito constitucionalmente consagrado. Os encerramentos cegos levados a cabo pelo Governo PS, por razões puramente economicistas, tendem a desmantelar o Serviço Nacional de Saúde e a deixar as populações rurais mais isoladas, mais fragilizadas e desprotegidas. Esta é a política responsável pela desertificação acelerada de todo o interior do país. Por isso é necessária uma ruptura com esta política de direita e a implementação de uma política patriótica e de esquerda.