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A CDU reuniu dia 30 com a FRAP com o objectivo de conhecer o ponto de vista dos pais relativamente aos problemas vividos nas escolas do nosso distrito.

Rui Martins, em representação da Federação da Associações de Pais de Viseu, começou por lamentar que cada vez mais os pais estejam a ser afastados da direcção das escolas, restringindo-se cada vez mais a uma participação que ocorre em casa, criando desigualdades intoleráveis numa sociedade democrática. Francisco Almeida chamou a atenção para o facto de este afastamento tender a agravar-se com a municipalização da educação. Cabendo aos municípios um conjunto de decisões das quais os pais hoje participam, estes só poderão pronunciar-se de quatro em quatro anos, através do voto. Nesta matéria como na valorização cada vez maior do ensino privado, PSD, CDS e PS terão dado provas de grande concordância.

Lamentou que apesar de o ano lectivo ter iniciado tardiamente, faltem professores nas escolas, exista uma enorme carência de docentes do Ensino Especial, faltem técnicos nesta área, seja demasiado curto o tempo destinado ao desenvolvimento de actividades com alunos com dificuldades de aprendizagem. Em trinta minutos semanais pouco ou nada se pode fazer, a eficácia da intervenção é muito reduzida.

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Alertou para os riscos decorrentes de o transporte escolar ocorrer sem condições de segurança para as crianças, de haver situações em que os alunos se levantam às seis horas da manhã para usufruírem deste transporte, tendo apontado o caso de Silgueiros como exemplo paradigmático.

Demonstrou preocupação com o serviço de refeições prestado pelas escolas, nos casos em que o mesmo é da responsabilidade de empresas privadas. Registam-se queixas relativas à qualidade bem como à quantidade dos alimentos, o que pode ser justificado por questões puramente economicistas.

Lamentou que, a obrigatoriedade de frequentar o 12º ano, seja acompanhada de uma desacreditação da escola pública à qual têm sido retirados recursos pondo em causa a universalidade e equidade da educação. A privatização da educação tem sido uma aposta dos sucessivos governos PSD/CDS e mesmo PS num claro ataque à escola democrática.

Lastimou a situação criada nas escolas do 1ª CEB na sequência da opção da Câmara Municipal de Viseu de privilegiar a música em detrimento da aprendizagem do Inglês, uma vez que esta opção tem gerado dificuldades na organização dos horários dos alunos em prejuízo dos mesmos.. As alterações curriculares e extracurriculares não têm merecido o devido esclarecimento junto dos pais e encarregados de educação.

A FRAPV está também preocupada com os alunos que, por falta de oferta formativa nos concelhos onde residem, frequentam escolas de Viseu, cidade onde se encontram alojados em quartos alugados pelos pais, entregues a si mesmos apesar dos tenros 15 ou 16 anos. As escolas, apesar dos excelentes e dedicados profissionais que nelas trabalham, não têm capacidade para acompanhar estes alunos neste âmbito. Francisco Almeida fez notar que entre os compromissos da CDU para o distrito, se encontra a luta pelo aumento da oferta formativa nas escolas do Ensino Secundário e que este ciclo seja criado em mais sedes de concelho do nosso distrito.

A finalizar este encontro ficou a promessa da CDU de, na linha daquilo que tem sido a sua actuação, continuar a lutar, para além das eleições legislativas, por uma escola pública de qualidade onde a garantia de condições de trabalho e estudo, permitam o cumprimento da Constituição da República, o acesso universal à educação.

Viseu 30/09/2015

O Gabinete de Imprensa da CDU Viseu