1 – A situação económica e social no distrito continua a agravar-se, fruto da errada política do Governo PS/Sócrates de brutal concentração da riqueza, de financeirização da economia, de aceitação e promoção de políticas comunitárias contrárias às necessidades de desenvolvimento da região, de destruição do aparelho produtivo, de obsessão pelo défice que obriga à restrição do investimento público e motiva as crescentes dificuldades das pequenas e médias empresas e a redução dos rendimentos dos trabalhadores e das populações. Igualmente pelo aumento de bens essenciais (anunciam-se para o gás, electricidade e água), ao mesmo tempo que a GALP, EDP, e o sector bancário acumulam lucros escandalosos, e aumenta a exploração, também por via da revisão para pior do Código do Trabalho.
O desemprego no distrito continua a aumentar em resultado do encerramento de inúmeras empresas ( Jonshon, Malhacila, Anjal, Mecoin, Peter Pan, Basmad, etc) atingindo o valor médio de 10%, muito acima dos valores nacionais. E a situação não é para já mais calamitosa devido à forte emigração que de novo se faz sentir, havendo concelhos, sobretudo no norte do distrito (Cinfães, Resende, Armamar e outros) onde mais de um terço da mão de obra activa está nas obras em Espanha e por essa Europa fora.
Mas a crise atinge igualmente o pequeno comércio, a braços com o reduzido poder de compra da população e com a proliferação desenfreada de grandes superfícies comerciais (mais de 10 só no último ano em Viseu e concelhos vizinhos), factores que, segundo a Associação Comercial de Viseu, levarão à falência de mais de 30% das empresas existentes, com a consequente perda de postos de trabalho e a crescente desertificação do mundo rural.
Na agricultura, actividade económica tradicional das mais importantes do nosso distrito, a situação não é melhor. Para além dos efeitos negativos da PAC na agricultura familiar, verifica-se um aumento brutal dos factores de produção (sobe o preço do gasóleo, mas mantém-se fixo o subsídio) e persistem preços não compensadores para os produtos agrícolas, a par das enormes dificuldades para o seu escoamento. Assiste-se igualmente à crescente ruína dos pequenos produtores vitivinícolas e das Adegas Cooperativas (desapareceram já a de Cinfães e Tondela e a de Lafões está em extrema dificuldade), ao mesmo tempo que se assiste à concentração capitalista da produção vinícola em empresas multinacionais. No sector das frutas o Governo PS/Sócrates continua a não apoiar o projecto para a construção de uma unidade de transformação da maçã de refugo em Moimenta da Beira, que faria aumentar significativamente o rendimento dos agricultores. O Matadouro de Viseu continua por fazer, com prejuízos incalculáveis para o sector pecuário. O governo prepara leis que visam a privatização das matas nacionais e ameaçam a gestão democrática dos baldios pelos compartes. Mais papista do que o papa, o governo PS/Sócrates impôs a antecipação para Janeiro de 2009 da directiva comunitária que obriga os agricultores ao pagamento de uma taxa sobre a utilização da água, dando com essa medida mais uma machadada na situação de ruína em que se encontra a nossa agricultura. Enquanto isso, o PS fala-nos de um “distrito a cores” que só ele vê, ensaiando com o PSD guerras de alecrim e manjerona com vista à criação de uma bipolarização artificial que o salvaguarde da prestação de contas ao eleitorado pelo que prometeu e não fez.
2 - Com o objectivo de esclarecer e mobilizar a população e os trabalhadores, o PCP lançou a campanha nacional “É Tempo de Lutar, É Tempo de Mudar”, que está a ser levada a cabo em empresas, mercados e locais públicos do distrito. O PCP defende medidas contra o agravamento da situação dos trabalhadores e das populações, como o aumento de salários e pensões, a contenção dos preços de bens essenciais e do spread do crédito à habitação. O PCP defende a ruptura com a política de direita e propõe uma política de combate à crise, de investimento e apoio à produção nacional e às PMEs, de incremento do mercado interno, de defesa da soberania nacional e do controle do poder político democrático sobre as alavancas da economia, uma politica de desenvolvimento e bem estar, uma politica alternativa e de esquerda para o nosso país. O PCP apoia a luta dos trabalhadores e das populações contra a política deste governo e saúda a forte adesão que a Jornada de Luta do dia 1 de Outubro, convocada pela CGTP-IN, teve no nosso distrito, com expressão pública na grande concentração realizada frente ao Governo Civil de Viseu.
3 - O PCP está a preparar o seu XVIII Congresso que se realizará em Lisboa, no espaço multiusos do Campo Pequeno, nos dias 29 e 30 de Novembro e 1 de Dezembro sob o lema, – por Abril, pelo Socialismo, um Partido mais Forte - tendo a DORV aprovado o calendário das reuniões para debate e o das Assembleias de Eleição de Delegados,( que desta vez serão 20, em virtude do forte crescimento do partido desde o último Congresso), destacando-se desde já a Sessão Pública com Sérgio Ribeiro “Sobre as Questões Económicas nas Teses”, a realizar em Viseu no próximo dia 23 de Outubro.
4 - A reunião culminou com uma informação sobre a participação da DORV na Festa Avante 2008, sendo unânime a opinião de que houve um salto qualitativo e quantitativo dessa participação, traduzido nas centenas de pessoas do distrito que de forma organizada ou espontânea se deslocaram à Festa, na qualidade dos produtos gastronómicos e de artesanato à venda nos nossos pavilhões e na importância das apostas culturais, com especial destaque para o lançamento na Festa da edição comemorativa dos 50 anos da publicação do livro imortal de Aquilino Ribeiro “Quando os Lobos Uivam”.
Viseu, 5/10/08
A DORV do PCP