O Hospital de Proximidade de Lamego continua a defrontar-se com graves problemas humanos e orçamentais.
O problema mais urgente de momento do Hospital de Proximidade de Lamego é o da falta de anestesistas. Existiam até agora duas anestesistas, já de si manifestamente insuficientes, que se encontram ausentes por motivo de doença. A situação tornou-se muito complicada, quase insustentável, só havendo intervenções dia sim, dia não. Com esta situação as listas de espera estão a aumentar em flecha, prejudicando os utentes e a eficácia do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS), que, ao fim de 6 meses, tem de transferir para as clínicas e hospitais privados os doentes em lista de espera. Porém, sabe-se, que existem três anestesistas que querem vir para Lamego, os processos já foram solicitados ao Ministério há algum tempo, mesmo antes da situação actual, mas não há resposta.
Pelo facto da dotação orçamental deste ano do CHTMAD continuar a ser muito baixa, a Administração parece que passa os dias a correr para o Ministério, alertando que a verba é claramente insuficiente para manter os serviços em funcionamento, não sendo pública, até agora, nenhuma resposta conhecida! Embora ainda não haja faltas de materiais e os equipamentos estejam a funcionar, tal não será possível dentro em breve, se não houver reforço de verbas para o CHTMAD.
Acrescem a esta situação os problemas nas urgências, em que a falta de respostas, nomeadamente a não existência da TAC, obrigam a deslocações evitáveis do ponto de vista médico para o Hospital de Vila Real, que são incómodas para os utentes e caras para o SNS.
O CHTMAD é o que serve a maior área geográfica, e tem características próprias difíceis, dadas as distâncias, a orografia da região e as condições de atmosféricas, para além do isolamento de pequenas comunidades em desaparecimento, devendo o Ministério da Saúde ter em consideração todos estes factores para a afectação das verbas suficientes para as respostas necessárias.
O SNS, uma das grandes conquistas sociais do 25 de Abril, decisivo para a prestação de cuidados de saúde elementares à população, sobretudo à da nossa região, envelhecida, isolada e empobrecida, que tão atacado foi pela anterior coligação do PSD/CDS-PP, tem de merecer do actual Governo uma intervenção que inverta esse rumo de destruição. Um SNS a funcionar bem é sem dúvida uma grande poupança, benéfica para a situação produtiva e económica do País. “Poupar” na saúde é que sai caro.
Preocupados com a falta de anestesistas e com a iminência de ruptura financeira que pode pôr em causa o cabal funcionamento do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), a Comissão Concelhia de Lamego do PCP, solicitou ao seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República, que questione com caracter de urgência o Senhor Ministro da Saúde sobre este assunto e exija respostas atempadas que evitem constrangimentos nos serviços que ponham em causa a plena prestação de cuidados médicos à população.
Lamego, 22/06/2016
A Comissão Concelhia de Lamego do PCP