Segundo informações transmitidas ao PCP, o Hospital de Lamego, vai encerrar por falta de pessoal técnico a partir de hoje, durante o período da noite e por tempo indeterminado, o seu Laboratório de Análises Clínicas.
Culminando um processo de sobrecarga de trabalho do pessoal afecto ao Laboratório, que chegou ao cúmulo de 17 horas contínuas sem folgas, pelo não preenchimento das vagas existentes, da responsabilidade do CHTMAD/Ministério da Saúde, encerra agora durante a noite um serviço vital para todos os utentes das diferentes valências do Hospital de Lamego.
É mais uma consequência da política de direita da coligação PSD/CDS, com o objectivo claro de transferir a prestação de cuidados e serviços realizados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o sector privado. Esta inadmissível situação põe em causa o direito à saúde e é consequência das políticas restritivas e de asfixia financeira do SNS, iniciadas com os PECs do PS e continuada com a troika de Passos/Portas/Macedo.
A juntar ao caos nas urgências, também no Hospital de Lamego, com tempos de espera superiores aos limites de segurança do utente, os que mais sofrem e precisam, vêem-se agora privados deste serviço nuclear, que pode colocar em perigo as suas vidas por não lhes serem facultados, em tempo útil, elementos complementares de diagnóstico.
Em vez da criação do Laboratório Nacional do Medicamento, como se impõe, para combater a especulação e chantagem das patentes farmacêuticas, o Governo deixa morrer por asfixia os Laboratórios hospitalares, cumprindo desse modo os seus objectivos de classe, levando a água ao moinho dos “seus amigos” dos hospitais privados.
É urgente o reforço de meios, nomeadamente pela contratação a tempo inteiro dos profissionais necessários – médicos, enfermeiros, técnicos, assistentes operacionais – para garantir a resposta necessária a todos utentes e a defesa do Serviço Nacional de Saúde, contra a política de saúde criminosa que este governo tem protagonizado.
Hoje mesmo, o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República irá questionar o Ministro da Saúde sobre este atentado aos direitos a cuidados de saúde elementares, por parte das mais de 100 mil pessoas servidas pelo Hospital de Proximidade de Lamego.
O PCP apela às populações e aos profissionais do sector para que lutem em defesa do direito constitucional à saúde e em defesa do Serviço Nacional de Saúde, cuja garantia exige a demissão do governo, a ruptura com a política de direita e a concretização de uma política patriótica e de esquerda.
Lamego, 5/02/2015
A Comissão Concelhia de Lamego do PCP