Ontem, Segunda-feira, dia 5 de maio de 2014, entre as 8 horas da manhã e as 15 horas, o SUB (Serviço de Urgência Básica) de Moimenta da Beira, esteve sem médicos que assegurassem o normal funcionamento desta unidade de socorro médico.
Esta gravíssima e intolerável ocorrência, que não é virgem, pôs em risco vidas humanas e a assistência médica de urgência às populações dos concelhos de Penedono, S. João da Pesqueira, Tabuaço, Sernancelhe e Moimenta da Beira, que tiveram de percorre muitas dezenas de quilómetros (alguns mais de uma centena) entre as suas terras e os Hospitais de Lamego e de Vila Real, para onde tiveram de ser encaminhados os casos de urgência.
Estamos perante mais um desumano atentado contra as populações do interior do país, que se pode imputar inteirinho à criminosa política deste governo, de ataque feroz ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e aos seus profissionais.
Ao não criar carreiras médicas hospitalares que possibilitem a incorporação de profissionais habilitados no funcionamento dos SUB, ao passar para os Centros Hospitalares a responsabilidade de colocação de pessoal nos SUB, o Governo abre intencionalmente a porta, como é o caso, à contratação de médicos por “empresas de aluguer de mão-de-obra”, degradando a prestação dos cuidados e desacreditando o SNS, sempre em prejuízo das populações e em benefício dos privados.
É mais uma lamentável situação concreta que se pode somar às de falta de médicos para as ambulâncias de socorro urgente, que desmascara toda a hipocrisia do Ministro da Saúde, Paulo Macedo e de Passos Coelho, quando afirmam a sua afeição ao SNS.
O que as populações e os responsáveis locais reclamam do Governo e do Ministério da Saúde para o futuro, não é mais um “inquérito passa culpas”, mas a colocação no SUB de Moimenta da Beira de Médicos contratados pelo Estado, com carreira hospitalar e com habilitação adequada ao desempenho das tarefas que lhes são exigidas.
Da parte do PCP, para além desta denúncia pública, amanhã mesmo, o nosso Grupo Parlamentar na Assembleia da República, irá interpelar o Ministério da Saúde, sobre este lamentável episódio e exigir que se altere de imediato a forma de contratação dos médicos dos serviços de urgência básica, por forma a tranquilizar as populações e a garantir respostas permanentes e qualificadas a todas as situações de socorro urgente.
Viseu, 6/05/2014.