AGRAVA-SE A SITUAÇÃO SOCIAL NO CONCELHO
É preocupante a situação social e económica que se vive no Concelho de Mangualde. Só no último ano perderam-se centenas de postos de trabalho sobretudo em consequência do encerramento da Malhacila e da Anjal e da redução de efectivos na PSA/Peugeot-Citroen, aqui em consequência da robotização da secção de pintura. Conhecem-se igualmente empresas com salários em atraso e outras a atravessar graves dificuldades de gestão que a breve prazo podem desembocar em mais despedimentos. É o panorama vivido pelas empresas do interior, sem apoios efectivos por parte do Governo/PS (a redução no IRC não tem qualquer impacto significativo na sua sustentabilidade), sujeitas a uma concorrência exterior cada vez mais agressiva, sem acesso a crédito bonificado, vítimas do vampirismo do sector bancário, que arrecada lucros imorais à custa das elevadas taxas de juro e da perseguição impiedosa das autoridades de fiscalização. Por isso o PCP reclama uma nova política para o país, que respeite os direitos de quem trabalha e promova a elevação dos salários e das condições de vida dos trabalhadores, que aposte no desenvolvimento do interior e no apoio às micro, pequenas e médias empresas.
PIDDAC – PCP PROPÕE, PS E DIREITA VOTAM CONTRA
Em três anos de Governo PS, o Distrito de Viseu viu reduzidos os investimentos directos através do Orçamento do Estado em 56,5%, baixando as dotações de 125 milhões de euros em 2005, para 54 milhões de euros em 2008. Estes cortes cegos ditados pela obsessão da redução do défice, comprometem seriamente o desenvolvimento do Distrito e são a imagem da estratégia de liquidação do interior subjacente à política de direita do Governo PS/Sócrates (apoiada pelo PSD, CDS e PR), que impõe sacrifícios aos que menos têm, para engordar os banqueiros e grupos económicos. Também o Concelho de Mangualde tem sido vítima desta mesquinhez política. Depois de em 2007 ter recebido do Orçamento de Estado para obras a “choruda” soma de 4.000€ (quatro mil euros), para 2008 o Governo foi “generoso” e inscreveu no orçamento 7.682€ (sete mil seiscentos e oitenta e dois euros). É uma verba ridícula e sem qualquer utilidade, que devia envergonhar quem a atribuiu. Atenta a este problema, e numa tentativa de colmatar a ausência de obras estruturantes para o Concelho, o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, por proposta da Comissão Concelhia de Mangualde, apresentou em sede de discussão na especialidade do Orçamento do Estado, para figurarem em PIDDAC para 2008, a Aquisição e Recuperação do Cine-Teatro de Mangualde, e Também a Construção do Terminal Rodo-Ferroviário. Curiosamente, ou talvez não, os deputados do PS, sem que tivessem apresentado alternativas, votaram contra estas propostas impedindo que elas entrassem no PIDDAC para este ano, no que foram secundados pelos deputados do PSD e do CDS. Como se vê, estes partidos ralham entre portas porque está em causa o “poleiro”, mas estão todos de acordo em relação às políticas nacionais que atacam os direitos dos trabalhadores e das populações e o desenvolvimento do Concelho.
A FARSA EM TORNO DA FAMIGERADA “SOCIEDADE COMERCIAL”.
A onda de verdadeira histeria política em torno da pretensão da Câmara Municipal de Mangualde de constituir uma “Sociedade Comercial” com um parceiro privado, deve ser seriamente analisada para se perceber “o que faz correr” os contendores. Pela parte da Câmara e do PSD compreende-se a pressa na constituição da dita “Sociedade Comercial”. Como não consta que o município jogue no Euromilhões e não sendo certo, jogando, que alguma vez possa vir a ser bafejado com o primeiro prémio, a “Sociedade” é a única forma de contornarem o impedimento legal do recurso a empréstimos. É que as eleições aproximam-se e os cofres vazios não auguram à Câmara realizar as obras “convenientes” para levar as populações a votar no PSD. É ilegal? Não é, não senhor! A Câmara apoia-se na Lei nº 53-F/2006, de 29 de Dezembro, para avançar com a constituição da dita “Sociedade Comercial”. Os meios e as consequências é que são desastrosos. Desde logo porque estamos perante a utilização de um recurso só necessário porque o executivo municipal não soube gerir ao longo dos anos, de forma equilibrada e competente, os meios financeiros públicos postos à sua disposição. Daí resultou o endividamento excessivo da autarquia que a impede agora de recorrer ao crédito bancário e de granjear fundos comunitários. Depois, porque esta “sociedade” é um estratagema desesperado para ir buscar dinheiro aos bancos, mas que deixa a Câmara completamente amarrada e dependente das decisões do gestor privado, ainda por cima ficando-lhe a pagar “renda” das obras que esta vier a construir, não se livrando igualmente de pagar os respectivos empréstimos. Tal cenário não é solução para o problema de fundo e ao contrário de aliviar a carga da dívida, ainda a agravará mais, hipotecando por muitos anos o desenvolvimento do Concelho e o bem estar das populações. A constituir-se, a “sociedade” será o caminho para o abismo financeiro do município. Gerir com racionalidade é começar por cortar nas despesas supérfluas e sumptuárias e nos vereadores a tempo inteiro e respectivos membros dos gabinetes. E que razão política e idoneidade moral o PS tem para a vir a público condenar a atitude da Câmara de Mangualde? Muito pouca. Primeiro porque a Câmara está a utilizar uma Lei elaborada exactamente pelo Governo do PS. Segundo porque o PS já teve durante largos anos a presidência da Câmara, mantendo nela sempre vereadores, sendo por isso é co-responsável pelo estado calamitoso a que chegaram as finanças do município. Terceiro, porque o PS tem uma posição em Mangualde e outra no resto do País, onde municípios seus recorrem a esta mesma Lei das “Sociedades Comerciais”. Aliás, se a Lei não era para aplicar, porque razão o PS a fez aprovar? É fácil concluir que o PS e o seu persistente candidato, apenas se opõem à consumação da famigerada “Sociedade” com medo de que as obras que ela pretende executar venham de novo adiar a sua ambição desmedida de ser presidente do município de Mangualde. O PCP é contra a constituição da “Sociedade Comercial” porque ela é em si mesma um instrumento contrário ao Poder Local Democrático, que vem na lógica da política de privatização dos serviços públicos pelo Governo PS/Sócrates, para contentamento dos grandes grupos económicos que cada dia enchem mais os cofres, na razão inversa em que o povo paga mais e fica mais pobre. Levada ao extremo, a tese das “Sociedades Comercias”, dispensaria no futuro a eleição e a própria existência dos municípios.
FOSSAS A CÉU ABERTO
Na Lavandeira, a “lagoa” de dejectos e águas pútridas continua a empestar o ar e a contaminar as águas da ribeira, afectando as populações, sobretudo da Roda e Tabosa. Mas não é caso único no Concelho. Em Stª Luzia e Pinheiro de Cima, o saneamento básico está instalado, mas os moradores não podem ligar as caixas ao colector porque este não tem ETAR ou fossa séptica onde possa desaguar. Consequência: alguns moradores fartos de esperar ligam os seus efluentes domésticos à rede e lá aparecem as tampas das caixas levantadas pela pressão e o lamentável espectáculo dos dejectos a correrem pelas valetas. Em pleno século XXI é lamentável que ainda haja destas situações no Concelho e populações sem água ao domicílio e saneamento básico. As obras de fachada dão mais votos. PARQUES INFANTIS Num recente levantamento feito em algumas freguesias do Concelho, verificámos que a generalidade dos Parques Infantis não obedece às normas de segurança legais em vigor, constituindo verdadeiras ameaças à integridade física das crianças que os frequentam. Desde ferros partidos, tábuas arrancadas, parafusos salientes, pisos em terra e pedras, caixotes do lixo juntos aos recintos, aparece de tudo. Será que as nossas crianças não são dignas de merecer mais atenção e investimento por parte da Câmara? Se por infelicidade ocorrer um acidente grave nestes Parques, a Câmara não se livra da responsabilidade civil e moral pelo que acontecer. É urgente a substituição destes velhos e inseguros Parques Infantis por equipamentos modernos e dotados de todas as condições de higiene e segurança para as crianças.
JANTAR COMEMORATIVO DO 87º ANIVERSÁRIO DO PCP.
Vai decorrer no próximo dia 15 de Março de 2008, pelas 19,30 hora, na GESTUR, em Cubos, o Jantar Comemorativo dos oitenta e sete anos da fundação do PCP. Os interessados poderão inscrever-se directamente no local, ou pelos telefones 964076557, 919930018.