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Para já, a justa reclamação do povo de Tendais de que volte a funcionar o posto médico esbarrou na reunião que a “directora executiva” do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Tâmega veio realizar na freguesia na passada quarta-feira, 19 de Novembro.

Diferentemente do que fora anunciado, o que se passou naquele dia no salão da Junta de Freguesia de Tendais não foi verdadeiramente uma reunião da senhora “directora executiva” com o povo da freguesia.

Reunir significa unir novamente, unir bem, aproximar, juntar (o que estava separado), juntar (o que estava disperso), conciliar.

Nada disso se fez naquele dia, naquela sala, em que mais de cem pessoas enfrentaram por cerca de duas horas a arenga justificativa da senhora “directora executiva”: que não há médicos, que a lei impõe isto e mais aquilo, para concluir que cada posto médico que encerrar não voltará a abrir.

Deu para perceber que a senhora “directora executiva” (gestora, como preferiu designar-se) não viera ali para ouvir ninguém, para dialogar com ninguém, para auscultar coisa nenhuma – não viera ali para avaliar nenhuma situação.

 

Estava ali para defender as teses do governo e afirmar sem contraditório um certo número de chavões, como esse de que “não há médicos”!

Estava ali para afirmar a sua completa disponibilidade para cumprir servilmente o que dizia serem as directivas “da lei”, alheia ao sofrimento das pessoas e às suas necessidades.

E afirmava essas posições suportada em falsidades, como essa de que “não há médicos” ou como essa outra de que “a lei impõe um mínimo de 1900 inscritos por cada médico de família”.

Infelizmente teve a “senhora directora” a apoiá-la durante toda a sessão um tal Dr. Reinaldo Roldão, conhecido nos últimos tempos como director do Centro de Saúde de Cinfães.

O que ficou claro naquele dia foi que por vontade da “senhora directora” e do Governo PSD/CDS, nunca mais há-de reabrir o Posto de Tendais e as restantes Extensões de Saúde do Concelho serão todas encerradas, uma a uma.

Não pode ser! Esta história não acaba aqui!

A CDU atribui fortes responsabilidades à Câmara Municipal de Cinfães neste processo, por entender que ela não está a fazer tudo o que pode para que seja reaberto o Posto Médico de Tendais e defendidos os direitos dos utentes do Concelho. É verdade que cabe ao Ministério da Saúde e aos seus organismos regionais a decisão de encerramento. Mas estranha-se a atitude de resignação da Câmara perante este brutal ataque contra os serviços médicos de proximidade no Concelho, como ficou patente na recente entrevista que o Presidente da Câmara concedeu à Rádio Montemuro. Em vez de se apoiar nas populações e de as mobilizar e incentivar a lutar pelos seus direitos, o Presidente da Câmara, diz que não pode fazer nada e aceita as alternativas propostas pela ARSNorte, fortemente penalizadoras das populações, sobretudo das mais idosas e fragilizadas.

É preciso que os cinfanenses se levantem em defesa dos serviços públicos de saúde.

Enquanto aguardamos resposta do Ministério da Saúde à pergunta formulada pelo nosso Grupo Parlamentar na AR, sobre o encerramento do Posto Médico de Tendais, tudo faremos para defender o direito das gentes do Concelho de Cinfães a um Serviço Nacional de Saúde que tenha como prioridade o bem-estar dos utentes e a solidariedade com as zonas deprimidas do interior do país.

Cinfães, 30 de Novembro de 2014

A Comissão Coordenadora Concelhia de Cinfãesda CDU