O PCP, através dos seus deputados do PCP no Parlamento Europeu, promove esta semana uma vasta campanha de contactos destinada a valorizar e promover a produção nacional. Esta segunda-feira, no quadro desta iniciativa, Miguel Viegas, acompanhado de diversos dirigentes regionais do Partido esteve nos concelhos de Mangualde e Viseu, contactando sucessivamente com a União dos Sindicatos de Viseu, com os trabalhadores da PSA Peugeot/Citroen, com a Cooperativa Agrícola de Mangualde e com a direção da UDACA, União das Adegas Cooperativas do Dão.
Do contacto com as organizações representativas dos trabalhadores do distrito e em particular com a comissão de trabalhadores da PSA, destaca-se o forte impacto das políticas de austeridade, que acaba por ser ainda mais devastador tendo em conta a interioridade da região. Neste sentido, assume particular relevo a importância estratégica da PSA e a defesa dos postos de trabalho com direitos e salários dignos. Não é aceitável o atual clima de chantagem alimentado pela administração da empresa que usa de forma sistemática o argumento da competitividade para retirar direitos e cortar nas remunerações, não fossem já os salários desta empresa os mais baixos do grupo à escala internacional.
As visitas à Cooperativa Agrícola de Mangualde e à UDACA, União das Adegas Cooperativas do Dão, ambas dedicadas ao setor agrícolas confirmaram a existência de diversos problemas que, pese embora a ação do PCP, impedem o País de aproveitar os seus imensos recursos. Apesar de estarmos já quase a meio do quadro plurianual, os fundos do Plano de desenvolvimento da Agricultura tardam a chegar ao terreno onde os projetos de investimento aguardam por financiamento. Os apoios ao movimento cooperativo e aos jovens agricultores são claramente insuficientes para inverter o declínio da nossa agricultura e pese embora o esforço das estruturas existentes que se debatem diariamente pela sua sobrevivência.
Em suma, a região tem enormes potencialidades seja na produção de fruta, particularmente de maçã, seja na produção de vinho com a região desmarcada do Dão. São no entanto necessárias políticas datadas à realidade que defendam e promovam a produção nacional. Para o PCP, a defesa da nossa agricultura passa pelo reforço do movimento cooperativo, por uma mais justa distribuição dos apoios, com descriminação positiva da pequena e média agricultura e para as regiões do interior, e finalmente por uma regulação pública da produção e da distribuição para que todos possam receber o justo valor pela seu trabalho.
Viseu, 3/04/2016