Imprimir
Categoria: Notícias

Centenas de agricultores e populares participaram, este domingo, no encontro do mundo rural.

 

 

Animado pelo grupo folclórico infantil de Castelões, Tondela e pelo grupo de cantares do Ermelo, o encontro decorreu no parque do Botulho, Molelos.

 

 

Manuel Rodrigues, primeiro candidato da CDU pelo circulo de Viseu e o Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa (Sobre “O Mundo Rural” - Intervenção de Jerónimo de Sousa), afirmaram a importância do mundo rural e da agricultura familiar para o aumento da produção nacional e para dar resposta aos problemas nacionais.

 

 

 

Intervenção de Manuel Rodrigues

AGRICULTURA E MUNDO RURAL

Senhoras agricultoras e senhores agricultores

Amigos e Camaradas,

Menos de um mês nos separa já do acto eleitoral de 5 de Junho.

Um acto eleitoral em que, mais uma vez, é posto nas nossas mãos um instrumento – o voto – que, se bem usado, pode servir para mudar as nossas vidas, para mudar o rumo às políticas para a Agricultura e o Mundo Rural.

Até hoje, dominantemente, os agricultores têm ajudado a eleger deputados do PS, PSD e CDS, os partidos que têm governado Portugal desde há 35 anos, de costas voltadas para a Constituição da República Portuguesa, para os valores e ideais do 25 de Abril, para os interesses dos pequenos e médios agricultores, da Agricultura Familiar e do Mundo Rural.

Até hoje, os agricultores têm sido permeáveis ao “canto da sereia” daqueles que, nas campanhas eleitorais, tudo prometem, mas, depois, no poder, nada cumprem; daqueles que conhecem (e até abraçam “travestidos” com bonés de camponeses) os agricultores nas feiras e mercados, mas, que, quando se apanham no poder, mandam às urtigas os compromissos e, em vez de servirem os interesses de quem efectivamente trabalha a terra, viram-se para os grandes agrários, para os grandes agricultores absentistas do Terreiro do Paço, para a grande agro-indústria, para os interesses dos mais poderosos.

 

 

Senhoras agricultoras e agricultores,

Não vale a pena escamotear a verdade. Os partidos que nos têm governado, nos últimos 35 anos, são os grandes responsáveis pela situação a que o País e a nossa Agricultura chegaram. Eles (com a comprometida ajudinha do Presidente da República), o PS, PSD e CDS/PP. Eles que:

- Desbarataram fundos comunitários canalizando-os em mais de oitenta por cento para os bolsos do “club dos  ricos” (agrários, grandes agricultores absentistas e agro-industriais);

 

 

- Esvaziaram a Casa do Douro das suas verdadeiras funções e natureza, como património dos vitivinicultores do Douro e importante mecanismo de protecção e regulação dos mais de 30.000 vitivinicultores daquela região;

- Colaboraram com a asfixia das adegas e cooperativas (de que é exemplo o processo que levou à extinção da adega cooperativa de Tondela);

- Encerraram serviços de importância fundamental para a vida das populações rurais (Casas do povo, escolas, serviços de saúde, celeiros, estações experimentais (como aconteceu com o Centro Experimental de Ovinicultura do Tojal Mau, da freguesia onde nos encontramos (Molelos), matadouros (como aconteceu com o matadouro de Viseu), serviços do Ministério da agricultura e da Segurança Social, postos de recolha de leite, etc;

- Permitiram a subida continuada dos custos dos factores de produção (pesticidas, adubos, rações, gasóleo, electricidade, etc.);

- Não garantiram nem o escoamento, nem os preços justos para as principais produções agrícolas desta região;

 

   

- Promoveram o grave desequilíbrio da nossa balança agro-alimentar, hoje com um défice já superior aos 70%, responsável pela sangria de 4.000 milhões de euros anuais do nosso Orçamento de Estado para pagar, no exterior, os produtos agro-alimentares, que, sem qualquer controlo, todos os dias nos entram pelas fronteiras dentro;

- Provocaram o abandono da terra e a desertificação das aldeias (Numa década, menos 400.000 pessoas a trabalhar na agricultura e o desaparecimento de 112.000 explorações agrícolas e menos 450.000 há de área cultivada);

- Aprovaram más Leis e Programas para a Agricultura e os Agricultores (lei da água, lei do arrendamento rural, alterações ao estatuto da Casa do Douro, reformas da PAC (por exemplo, com as conhecidas ajudas desligadas da produção), PRODER (que marginaliza a agricultura familiar e a produção nacional) e se preparam para alterar a Lei dos Baldios (com o pretexto da necessidade de a regulamentar, no entanto, um falso argumento, pois esta Lei, em vigor desde 1993, nunca precisou de qualquer regulamentação para funcionar);

 

 

- Distribuíram os fundos comunitários pelos grandes agricultores absentistas e pela agro-industriais, esquecendo os milhares de pequenos e médios agricultores que, abnegadamente, sem qualquer rendimento, persistem em trabalhar a terra, porque não a querem ver abandonada;

- Não souberam defender, com adequados programas de prevenção e de combate, a floresta das pragas e doenças ou dos incêndios (responsáveis por uma colossal área ardida, com todas as consequências negativas e que vão levar muitos anos a recuperar (erosão dos solos, alterações climatéricas, desflorestação, alteração de paisagens, destruição de ecossistemas);

- Tornaram impraticáveis os pagamentos à Segurança Social por parte de muitos agricultores sem rendimentos e o acesso ao crédito bancário;

 

 

Senhoras Agricultoras e senhores Agricultores,

É altura de pôr fim a um engano que dura  há trinta e cinco anos. Apostem na CDU, votem na única força política que defende:

- Mais apoios para os agricultores que efectivamente precisam para produzir mais e melhor, para alimentar os portugueses sem necessidade de importações;

- O pagamento urgente das dívidas do Estado aos Agricultores e à Lavoura;

- Garantias de escoamento e preços justos à produção;

- Defesa da produção nacional e diminuição das importações desnecessárias;

- A reprogramação do PRODER, de forma a centrá-lo na Agricultura Familiar, na Produção Nacional e na Floresta de uso múltiplo;

- O abaixamento do preço dos factores de produção, etc, etc

 

 

Senhoras Agricultoras e Agricultores,

É necessário romper com esta calamidade das políticas contrárias ao interesse dos agricultores e da lavoura; É necessário por de novo Portugal a produzir; É necessário romper com este ciclo de desinvestimento público na nossa Agricultura!

São possíveis e necessários outros caminhos que valorizem a nossa actividade e façam da Agricultura uma salutar fonte de alimentos para todos os portugueses!

 

 

Mas, para isso, é preciso votar na CDU.

Muitos dos nossos candidatos participam (dentro e fora dos períodos eleitorais) no movimento associativo de protecção aos pequenos e médios agricultores, da Agricultura Familiar e do Mundo Rural. Estiveram convosco nos combates em defesa das Leis dos Baldios, contra o encerramento de serviços no mundo rural, contra a subida dos preços dos factores de produção, por melhores condições de vida nos campos, contra as portagens na A23, A24, A25, A29, etc, por melhores preços para as vossas produções, pela construção do novo matadouro de Viseu, em defesa da produção nacional (quotas leiteiras, etc). São, portanto, pessoas (homens e mulheres) com provas dadas na defesa dos vossos interesses. Muitos deles, eleitos por vós, ocupam cargos nas associações da lavoura, Assembleias de Compartes dos Baldios, cooperativas, comissões de utentes e nos órgãos sociais da CNA.

 

 

Pergunto, então: Se vocês confiaram neles, se os elegeram para esses cargos, se não se importaram em tê-los ao vosso lado, nestes combates, o que vos impede, com a liberdade que o 25 de Abril vos trouxe, de votar na CDU, elegendo-os, agora, para que vos possam continuar a defender numa Assembleia da República que seja o espelho dos vossos interesses e aspirações e não a caixa de ressonância dos interesses do grande capital?... Quem vos pode merecer mais confiança: estes homens e estas mulheres, que conheceis das lutas ao vosso lado ou os Paulos Portas, os Passos Coelhos, os Josés Sócrates, de quem a história já mostrou serem mais falsos do que trinta judas?...

Votem na CDU.! Arrisquem votar em nós e, depois, sejam exigentes, peçam-nos contas pelo trabalho desenvolvido ao serviço dos vossos interesses, que nós cá estaremos, como sempre, para honrar os compromissos e cumprir as nossas promessas.

Se o fizerdes, mais cedo do que pensais, vereis quão acertada foi a vossa escolha.

 

 

PENSEM PELA VOSSA CABEÇA!

VOTEM NA CDU, PELA VOSSA SAÚDE! QUE É O MESMO QUE DIZER: VOTEM NA CDU PELA VOSSA VIDA, PELOS VOSSOS DIREITOS, PELA VIDA DOS VOSSOS FILHOS E PELO FUTURO DAS GERAÇÕES VINDOURAS!

VOTEM NA CDU!

 

 

 NEM TODAS AS SEMNTES LANÇADAS À TERRA GERMINAM, COMO BEM SABEIS. MAS, AS SEMENTES QUE MELHORES SEARAS PODEM GARANTIR, NO PRESENTE E NO FUTURO, SÃO AQUELAS QUE SÃO REGADAS PELO SUOR DA VOSSA LUTA POR UM PORTUGAL COM AGRICULTURA E AGRICULTORES, UM PORTUGAL LIVRE, JUSTO E INDEPENDENTE.

VIVA A CDU!

VIVAM OS AGRICULTORES E AGRICULTORAS!