Nos últimos dias, Governo e Presidente da República, numa atitude de extrema demagogia, vêm afirmar que os professores “não devem prejudicar” os estudantes com a sua greve, assegurando os serviços mínimos, que incluem a normalidade na realização dos exames. Como se não bastassem estas declarações, o primeiro-ministro sugere ainda que os professores alterem a data da greve, chegando mesmo a sugerir o dia 27, dia da greve geral, como mais apropriada para a luta dos professores.
A JCP repudia veementemente as posições, tanto do Governo, como do Presidente da República. Quem prejudica os estudantes é o governo e a sua política. O que prejudica os estudantes é o corte no passe escolar, é o aumento do número de alunos por turma, é o despedimento de milhares de funcionários das escolas, é o despedimento de mais de 30 mil professores nos últimos três anos, são os cortes no orçamento para a educação, são os cortes no SASE, é a fome vivida nas escolas, é o aumento da carga horária dos professores, são as más condições nas escolas, é a política de direita deste governo e das troikas nacionais e estrangeiras. Quem prejudica os estudantes é o Governo.
A JCP afirma também ao Presidente da República que, em vez de pedir aos professores para não fazerem greve, que exija ao governo uma alteração desta política ou que o demita.
Este governo está a usar os estudantes como escudos humanos contra os professores, algo que não pode nem deve ser aceite por nenhum estudante. Os estudantes do ensino básico e do secundário já mostraram o seu desprezo pela política do governo e decerto que continuarão a apontar o Governo como culpado da destruição da escola pública. A escola que os professores e os estudantes defendem é a escola pública, gratuita, de qualidade e democrática e é esta que o governo pretende destruir. Não o permitiremos!
Juventude Comunista Portuguesa