Milhares de estudantes do ensino secundário que realizaram e vão realizar exames nacionais estão a ver o seu futuro comprometido em duas horas. A JCP sempre afirmou que os exames nacionais são uma autêntica barreira na progressão dos estudos, um filtro de acesso ao ensino superior que em nada nivela e uniformiza o ensino, como os sucessivos ministérios têm afirmado.
Com os exames nacionais e o limite de vagas de acesso ao ensino superior, ao longo dos anos milhares de estudantes não chegaram a prosseguir estudos e milhares sujeitaram-se a cursos que em nada correspondem às suas aspirações nem às necessidades do país.
Não aceitamos que o ensino seja feito em função da preparação dos exames nacionais, que não se tenha em conta as condições sociais e económicas dos estudantes e nem o ritmo de aprendizagem de cada aluno. Não aceitamos que os estudantes tenham que recorrer a explicações privadas e a outros materiais de apoio que não o manual escolar para garantir nota positiva no exame, pondo claramente em desigualdade os estudantes com menos condições económicas.
No entender da JCP, as turmas sobrelotadas e a falta de condições materiais das escolas têm posto em causa a qualidade de ensino e o sucesso escolar. (Destruindo as qualidades das escolas com a entrada da parque escolar nas escolas; com o camada de protecção da chuva nas escolas conter amianto; com o pouco espaço nos balneários e com a chuva no polidesportivo, com falta de papel higiénico nas casas de banho nas escolas; com o elevado preços de material de artes na papelaria da escola) Pelo programa do governo PSD e pelas palavras do novo ministro da educação Nuno Crato, podemos afirmar que a qualidade do ensino será ainda mais penalizada com a redução de 30 mil professores nas escolas, o que implicará menos turmas e com mais alunos, e que a nova forma de financiamento das escolas, de acordo com o atingir de objectivos definidos, fomentará as “escolas de primeira” e “escolas de segunda” em que os estudantes com piores condições sociais e económicas serão os mais prejudicados, empurrando-os para cursos profissionalizantes, criando assim mão-de-obra menos qualificada, mais barata e mais explorável.
Não aceitamos também, que a pretexto dos maus resultados dos exames nacionais da 1ª fase se ponha fim à disciplina área projecto e a redução do estudo acompanhado, quando se trata de uma medida meramente economicista, assim como acreditamos que não é o aumento de horas das disciplinas de matemática e português que garantirá um maior sucesso escolar, mas sim a garantia de uma escola efectivamente pública, gratuita, de qualidade e democrática para todos, em que o estado aumente o investimento para a educação, melhore as condições materiais e humanas das escolas, garanta a gratuitidade dos manuais escolares, elimine os exames nacionais e garanta assim o direito a uma efectiva avaliação contínua.
A JCP continuará ao lado dos estudantes na luta pelo fim dos exames nacionais, pela garantia de uma verdadeira avaliação contínua, que tenha em conta o desempenho e evolução do estudante do longo do ano e pelo fim progressivo dos numerus clausus tendo em conta as aspirações do estudante e as necessidades do país.
Viseu, 25 de Julho de 2011-07-26
Organização Regional de Viseu da JCP (Juventude Comunista Portuguesa)