Câmara Municipal de Viseu2

Transcrevemos nesta página, o essencial da intervenção da eleita da CDU na Assembleia Municipal de Viseu, sobre o ponto 11º e último da Ordem do Dia, que aprovou a “3ª Alteração ao Plano de Pormenor da Envolvente Urbana do Rio Pavia”, que vai viabilizar a construção de 3 Parques de Estacionamento no Centro Histórico, nomeadamente um, no nº 49 da Rua Silva Gaio, num espaço verde adquirido pela Câmara por 480 mil euros, que agora oferece à SABA Portugal.

 

Câmara de Viseu Oferece a Privados Terreno que comprou por 480 mil euros,

para instalar Parque de Estacionamento em Zona Verde do Centro Histórico

 

Esta concessão pelo Município de Viseu da exploração e gestão de estacionamento na cidade à SABA Portugal Parques de Estacionamento S.A. legitima a opinião generalizada de que o objetivo fundamental que lhe está subjacente, não é resolver o problema do estacionamento nas zonas de maior pressão na cidade, mas, antes, proporcionar um bom negócio à concessionária.  

A prova-lo está o empenho obsessivo e inexplicável da Câmara, à luz do interesse público, na viabilização, contra todos os pareceres desfavoráveis e ao arrepio e contraditoriamente com o que tem sido a sua propalada filosofia para o centro histórico, de construir aqui três parques de estacionamento.

Senão vejamos a incoerência e contradição entre o discurso e a prática do Presidente e da Câmara de Viseu. Paga fortunas à Cria Verde e a outros viveiristas para instalarem jardins no centro histórico sempre que há eventos ocasionais.

Adquire uma propriedade no coração do centro histórico (Rua Silva Gaio, 49) por 480 mil euros e em vez de dar coerência ao discurso e instalar aí um até agora inexistente Parque de Lazer e um Jardim Público, para usufruto de moradores, turistas e visitantes, vai terraplanar, abater árvores e arbustos para construir um poluente, ruidoso e inestético Parque de Estacionamento, para satisfazer o concessionário.

Elege como desígnio do concelho e investe milhões na promoção turística (BTL, Feira de Madrid, Vinhos disto e daquilo…), mas aceita trocar um previsto e autorizado empreendimento hoteleiro no centro histórico, por um parque de estacionamento privado.

Aprova a criação de um Polo Arqueológico Concelhio a instalar na Casa do Miradouro e faz disso parangonas na comunicação social, mas vai colocar-lhe em frente um mastodonte de cimento “pós moderno, para albergar veículos automóveis. Parque em altura, que vai desvirtuar a “perceção da cidade”, como consta do parecer da tutela cultural, e vai ocultar todo o edificado histórico ali existente, com impactos negativos mesmo na zona da Sé e do Museu Grão Vasco.

Qual será a opinião da UNESCO sobre este atentado, quando tiver de analisar a candidatura do Centro Histórico a Património da Humanidade

Fala do MUV como o “melhor do País e do mundo” (está escrito), aderindo à filosofia de substituição do carro próprio pelo transporte colectivo, para retirar trânsito do centro da cidade, mas vai construir no local 3 parques de estacionamento com centenas de lugares, levando para ali mais automóveis. Convém lembrar as palavras vezes sem conta repetidas pelo Senhor Presidente da Câmara de Viseu e por outros membros do Executivo, prometendo retirar o trânsito do Centro Histórico, para o que impôs mesmo períodos experimentais de corte absoluto de circulação.

Implementa novos circuitos urbanos de autocarro na cidade, para estimular o uso de transporte público, incoerentemente vai construir parques de estacionamento onde devia haver apenas presença humana, para fruição de cultura, exercício da Fé e porque não, diversão.

Como a CDU propôs na Assembleia M. de Viseu aquando da discussão do MUV e a Câmara sub-repticiamente inscreveu no documento final do Projecto, que agora esqueceu, para se atingir o objectivo de menos poluição e pressão automóvel no centro da cidade, é necessário que se implemente um serviço que estimule o estacionamento dos veículos vindos do exterior na Avenida Europa, na Radial de Santiago, na Zona do Politécnico/Quartel, nas zonas que antecedem o Palácio do Gelo e outras (Feira de S. Mateus, Feira Semanal), Parque de Stª Cristina, que um estudo global devia equacionar. À Câmara competiria garantir a segurança dos veículos e o transporte para o centro da cidade, mediante cobrança de um bilhete aos auto-transportados.  

Com a decisão da Câmara, de consumar a 3ª Alteração ao Plano de Pormenor da Envolvente Urbana do Rio Pavia, para viabilizar a construção dos Parques de estacionamento por cima e ao lado do Funicular, no nº 49 da Rua Silva Gaio e na Calçada de Viriato/Silva Gaio, estamos na presença de chorudo negócio para a SABA Portugal Parques de Estacionamento S.A., com inaceitáveis prejuízos para o interesse público, para a qualidade de vida dos moradores e munícipes, para o turismo, para o património histórico e monumental da cidade, para o meio ambiente.

No que depender da CDU, a população será esclarecida sobre esta gravosa opção da Câmara, que a concretizar-se, terá impactos destrutivos e irrecuperáveis para a cidade e para os cidadãos. O período de 20 dias de “discussão pública” apenas serviu para cumprir uma formalidade legal e nunca teve o propósito de aprofundar o esclarecimento sobre os objectivos desta profunda e impactante alteração ao Plano de Pormenor. Fosse o “Orçamento Participativo”, o “Mercado 2 de Maio” e não faltariam sessões públicas profusamente anunciadas para o show off municipal. Nesta questão, o esclarecimento era perigoso, porque alertaria as pessoas para o crime ambiental e patrimonial que a Câmara se prepara para cometer, declaradamente para servir interesses que não são de todo os do município e os dos munícipes.

Viseu, 26/04/2019

A Eleita da CDU na Assembleia Municipal de Viseu

Filomena Pires – 963 764 934

Gabinete de Imprensa da CDU Concelho de Viseu