Este pedido de empréstimo é no mínimo insólito, para não dizer paradoxal. Não se compreende que uma Câmara que exibe por tudo e por nada a sua saúde financeira tão escandalosamente avantajada, venha hoje pedir autorização para contrair um empréstimo até 10 milhões de euros.
Como veremos no decorrer desta reunião, nada faz supor que a Câmara necessite efectivamente deste empréstimo, uma vez que se propõe prescindir de 700 mil euros de receita de IRS.
Demonstrando a prática, que as candidaturas apresentadas pelo município não serão aprovadas nem executadas de uma só vez, a necessidade de disponibilidade financeira acima da actual também não se justifica.
A menos de um ano do final do mandato, pedir autorização para contrair um empréstimo pagável a 20 anos, quando o limite temporal do número de mandato é de 12 anos, é querer deixar encargos para pagarem os que vierem a seguir.
Por outro lado a melhoria das condições de vida e a resposta a carências em infraestruturas e equipamentos para a população do Concelho não passam pela autorização deste empréstimo.
A menos que devamos concluir que a saúde financeira do Município não é assim tão folgada como se apregoa.
Até porque este pedido choca com a propaganda colocada na cidade, que diz que o Município é de boas contas porque paga dívida. Agora que a quer contrair, devemos presumir que o deixa de ser?
Em minha opinião, por não estar suficientemente explicada, por não se vislumbrar a sua necessidade, esta proposta devia ser retirada da ordem de trabalhos. Se persistirem na sua votação, pelas razões aduzidas, o meu voto será contra.
Viseu, 19 de dezembro de 2016
A Eleita da CDU
Filomena Pires