Foi num ambiente de grande entusiasmo e fraternidade que a CDU apresentou os seus candidatos às Eleições Legislativas de 4 de Outubro, pelo Círculo Eleitoral de Viseu.
Com a esplanada do café do Parque Aquilino Ribeiro a abarrotar, numa manifestação de apoio que excedeu largamente a expectativa dos organizadores, Margarida Barbedo, mandatária distrital, apresentou um a um todos os 14 candidatos efectivos e suplentes que integram a lista CDU, dando de seguida a palavra a Isabel Souto, candidata proposta pelo PEV-Partido Ecologista “Os Verdes”.
Na sua intervenção, Isabel Souto abordou um conjunto de problemas ligados à defesa do meio ambiente e destacou o papel dos deputados do PEV na denúncia de situações como as descargas de efluentes não tratados no Rio Paiva, as fossas a céu aberto em Mangualde e noutros concelhos e expôs um conjunto de propostas que “Os Verdes” têm para o Distrito e para o País, nomeadamente na área da protecção da floresta, da defesa da água pública, do investimento e promoção da produção agrícola local, como aposta na sustentabilidade do Mundo Rural e consequente defesa de valiosos ecossistemas.
Francisco Almeida, primeiro candidato da coligação, destacou a luta permanente de todos os candidatos da CDU, contra a política de direita e por políticas que promovam a elevação da qualidade de vida das populações do Distrito. Denunciou a política contrária, de desinvestimento público do Governo PSD/CDS, que conduziu na região à degradação e encerramento de serviços de saúde, de escolas, de tribunais, de balcões da segurança social, dos CTT e da EDP, à introdução de portagens na A25 e na A24, a cortes nas transferências para as autarquias locais, ao ataque sem precedentes à gestão comunitária dos Baldios e à agricultura familiar, ao criminoso abandono de património histórico e paisagístico, deixando as populações do distrito mais pobres e isoladas.
Demonstrou que a CDU não é apenas uma força política de protesto, afirmando um conjunto de propostas de que é portadora, as quais, se concretizadas, guindariam o distrito para patamares de desenvolvimento merecidos pelas populações. Outros partidos e forças políticas trazem agora à ribalta a necessidade da ligação ferroviária à cidade de Viseu, a criação da Universidade Pública, a construção do Matadouro Público de Viseu, a ligação por auto-estrada a Coimbra e a construção de outras ligações rodoviárias, mas foram o PCP e o PEV, os únicos que levaram á Assembleia da República projectos de lei ou resoluções políticas para que estas infra-estruturas avançassem, tendo estas recebido o voto contra de PS, PSD e CDS.
Francisco Almeida enfatizou o trabalho sem paralelo desenvolvido pelos deputados do PCP na AR em defesa das populações e dos trabalhadores do distrito e concluiu pela necessidade de se eleger um deputado da CDU que exerça esse trabalho dedicado em permanência. Cada voto na CDU, cada deputado eleito pela CDU é um deputado a menos nos partidos da troika interna (PS, PSD e CDS) e um contributo decisivo para impedir as maiorias absolutas e protagonizar uma alternativa patriótica e de esquerda, concluiu.
Por último, António Filipe, deputado do PCP e Vice-Presidente da Assembleia da República, abordou as “cinco mentiras” que a coligação PSD/CDS anda a tentar impingir aos portugueses, a começar pela que anuncia “o fim da crise”. Portas, Coelho e os seus altifalantes, manipulando e distorcendo dados, querem fazer crer que “a crise e a troika já lá vão”. Mas logo o banqueiro Horta, secundado pelo FMI, vem dizer que é necessário continuar a austeridade nos próximos anos, para “consolidar” os resultados obtidos. Isto é, frisou, António Filipe, prometem em véspera de eleições o que, uma vez no governo, irão negar, como fizeram anteriormente.
Uma segunda mentira é a que faz crer aos eleitores que vamos votar para “eleger o primeiro-ministro” e não para eleger 230 deputados. Convém aos ditos partidos do “arco do poder” criar essa ilusão, para sacudirem a sua responsabilidade exclusiva na situação a que o país chegou.
Outra mentira descarada, repetida sem vergonha, é a que atribui a intervenção da “troika” ao facto de não haver dinheiro nos cofres do Estado para pagar salários e reformas. Verificou-se exactamente o contrário. O Governo PSD/CDS cortou brutamente nos salários, nas reformas e nas pensões e transferiu para a banca privada o dinheiro do “resgate” (BPN, BPP, BCP, BANIF, BES, etc.), deixando os portugueses a pagar com os seus impostos os desmandos do sector financeiro.
Penúltima mentira, a que diz não haver alternativa ao bloco central dos interesses. Quem gerou a crise, quem nos últimos 39 anos, conduziu o País ao Estado de subdesenvolvimento e pobreza a que chegámos, não pode ser alternativa a si próprio, só tem para oferecer a mesma política, a que protege os poderosos e as grandes fortunas e degrada em cada dia que passa as condições de vida de trabalhadores, reformados e pequenos empresários.
A última mentira é a que faz correr a ideia de que a CDU (PCP) é boa na oposição mas não aceita ser poder. António Filipe reafirmou a disponibilidade do PCP/PEV para assumirem todas as responsabilidades, incluindo as governativas, que o povo lhes quiser confiar. Mas não a qualquer preço. Esta força política tem princípios, tem coerência, tem responsabilidade e um compromisso inabalável com o povo português de não trair nem trocar esse seu património por um lugar no governo. A alternativa existe e essa é a política patriótica e de esquerda, de ruptura com a política de direita.
Tal como começou, a iniciativa terminou com os presentes a manifestarem o seu apoio activo à lista de candidatos apresentada e à CDU, confiando num bom resultado em 4 de Outubro, que permita mudar de rumo e inverter a política de imposição de sacrifícios ao povo português, que apenas tem servido para continuar a engordar as grandes fortunas, sem resolver o problema da dívida e do crescimento económico.
Nos próximos dias a candidatura CDU estará em contacto com a população em várias empresas e locais do distrito, entregando o Jornal “A Força do Povo”.
Viseu, 25/08/2015