Já todos percebemos o empenho do Presidente da Câmara de Viseu na promoção da estratégia eleitoralista da coligação PSD/CDS. O rodopio de visitas de Ministros e Secretários de Estado a propósito de tudo e de nada ao Concelho de Viseu e arredores são a prova disso.
Dir-se-á que é um direito democrático que lhe assiste, apoiar eleitoralmente o seu partido e correligionários. O que já não é compreensível é a sua participação em farsas e jogos de branqueamento das políticas governamentais, de que foi dedicado executor.
O “folhetim” das acessibilidades, onde pontifica a “ligação a Coimbra” por auto-estrada e agora os mediatizados “protocolos”, com a participação do Ministro Crato, para as obras (urgentes desde há anos) nas escolas Grão Vasco e Viriato, elevam o patamar das manobras eleitoralistas.
A CDU não tem nenhuma dúvida em apoiar todas as obras que possam ser realizadas na escola Grão Vasco e na Escola Secundária de Viriato, para elevação do bem-estar e das condições físicas de ensino para alunos, professores e trabalhadores.
Foi para isso que nos batemos, sem tréguas, na Assembleia da República e na Assembleia Municipal de Viseu. Requerimentos, moções, resoluções políticas, visitas de deputados à Escola Grão Vasco, foram instrumentos políticos de que lançamos mão para que as obras necessárias nestas escolas fossem concretizadas desde há muito.
A pergunta que se impõe neste momento é esta: porquê só agora, a pouco mais de um mês das eleições, a Câmara e o Governo afirmam querer sanar um grave problema que conheciam e que enquanto oposição reclamaram ser de urgente resolução?
Aliás, o Vice-Primeiro Ministro, Paulo Portas, em visita à Escola Grão Vasco, em 2 de Fevereiro de 2011 declarou: ”estou surpreendido com o grau de degradação da escola”, “é preciso que alguém no Ministério das Educação seja sensível a este problema e proceda de imediato à intervenção e remodelação deste espaço”. Também Almeida Henriques, na mesma altura (Janeiro de 2011) enquanto deputado do PSD, reclamou obras urgentes para a Escola Grão Vasco.
Quatro anos de Governo PSD/CDS e dois anos de gestão municipal não foram suficientes, para alocar meios financeiros suficientes à necessária, justa e urgente intervenção nestas escolas. Estes protagonistas partidários não honraram os compromissos assumidos. Alunos, professores, trabalhadores não docentes que dão o melhor de si para os bons resultados pedagógicos escolares que estas duas escolas apresentam, mereciam mais respeito.
Tinha de ser agora, em pleno período eleitoral, que autarquia e governo se uniram para fazerem o que já devia estar feito há vários anos?
Para além do oportunismo eleitoralista destes protocolos, subsiste uma pergunta elementar. Será que as obras se vão iniciar na abertura do ano lectivo em simultâneo com as aulas? Se as obras forem para iniciar em 2016 e não no imediato, cairá em definitivo a máscara aos “pregadores de promessas”, que durante quatro anos foram insensíveis aos apelos de pais e direcções das escolas, permitindo que estes estabelecimentos de ensino funcionassem sem as condições de dignidade exigidas às escolas públicas.
Finalmente, a CDU recorda que o Ministro Nuno Crato e o Governo PSD/CDS, que em período eleitoral fazem promessas para todos os gostos, são os mesmos que atribuem turmas e o respectivo financiamento às escolas privadas, retirando alunos às escolas públicas, nomeadamente à Escola Secundária Viriato.
Viseu, 17 de Agosto de 2015