O «Jornal do Centro» solicitou à eleita na Assembleia Municipal de Viseu pela CDU, Filomena Pires, uma antevisão para o ano de 2014. O texto, que a seguir se transcreve, foi publicado na edição de 9 a 16 de Janeiro daquele jornal.

Olhando os rostos que no quotidiano encontro, muitos são os traços da desesperança, do descrédito, do cansaço e do conformismo. Rostos que falam de um tempo de grandes dificuldades para muitos de nós, para os que vivem do seu trabalho e do salário que nem sempre auferem, das parcas pensões que o fisco e o custo de vida vão emagrecendo. São rostos de mulheres e homens, jovens e idosos, que espelham o desemprego, as dificuldades cada vez maiores no acesso aos cuidados de saúde, ao apoio social, a uma vida feita de dignidade. Rostos que retratam o combate contra a pobreza pois são cada vez mais os portugueses que, trabalhando, vivem abaixo do seu limiar.

 Sabemos que, ao contrário das mentiras dos partidos do governo, PSD e CDS, o país vai de mal a pior, está mais endividado, mais dependente, mais pobre. Sabemos que a seguir à troica virá a troica e mais austeridade e mais sacrifícios vão ser pedidos aos mesmos. Virá o ataque ideológico a direitos elementares à pessoa humana, os ricos ficarão cada vez mais ricos e quem trabalha cada vez mais pobre. Que o governo procura reduzir a zero a democracia social, económica, cultural que a Constituição de Abril consagra. Que as medidas implementadas conduzem à destruição da própria democracia política nela consagrada. Que o Orçamento de Estado para 2014 vai acentuar esta realidade: mais desemprego, mais emigração, mais cortes, mais ataque aos serviços públicos.

Mas também sabemos que há outro caminho e que está nas mãos do povo escrever os passos que a ele nos levarão. Lembro todas as lutas travadas contra as políticas desumanas que nos governam e pergunto onde estaríamos se essas lutas não tivessem existido. O ano de 2014 terá de continuá-las.

Foi Abril que nos deu muitos direitos e o bem-estar que agora estamos a perder. É na revolução de Abril, que faz 40 anos em 2014, que encontro a antevisão que vos quero deixar: é preciso continuar a lutar, é preciso acreditar, é preciso cultivar a esperança dos valores de Abril, com a confiança de quem não cruza os braços. É preciso reinventar a alegria, ter a certeza de que a história não é definitiva e que outro mundo é possível.

2014, será realmente o ano que os portugueses quiserem conquistar com a sua luta pois está nas suas mãos inverter o caminho, fazer a mudança com os olhos postos em abril.

Para tanto, contarão sempre com a solidariedade da CDU em Viseu.