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Categoria: Comissão Distrital da CDU

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Num programa ambicioso, o dia começou, bem cedo, na bonita cidade de Lamego, no distrito de Viseu. Frente ao Centro de Trabalho dos comunistas, na Avenida Alfredo Sousa, encontrava-se já um numeroso grupo de activistas da CDU, com dirigentes locais e nacionais do PCP e do Partido Ecologista «Os Verdes», que acompanharam João Ferreira. Dali – munidos de um documento que reclamava «Mais força à CDU» para «pôr o País a avançar e a vida dos trabalhadores e do povo a melhorar» – seguiram para um contacto com a população.

Recebido com enorme simpatia, o deputado comunista lembrou que as próximas eleições para o Parlamento Europeu, que se vão realizar a 26 de Maio, são uma «oportunidade a não perder» para romper com décadas de comprometimento e de abdicação nacional perante a União Europeia (UE) e as suas políticas, levadas a cabo por PS, PSD e CDS, que são responsáveis por um País desigual, empobrecido e dependente. Que o digam os pequenos comerciantes contactados, que se queixaram da concorrência «desleal» das grandes superfícies comerciais. Mas também as populações que – reconhecendo o papel determinante do PCP nos avanços na defesa, reposição e conquista de direitos, que aconteceram nos últimos três anos – continuam a queixar-se, por exemplo, dos baixos salários e reformas, da precariedade laboral, mas também da falta de serviços públicos, problema agravado no interior do País.

Como se explica no documento distribuído, ou por outras palavras, Portugal precisa de uma política que assegure os meios e os instrumentos necessários para ultrapassar os seus problemas. Em Lamego, a acção terminou com um «até amanhã camaradas».

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Acção na Mesquitela

Dali, o primeiro candidato da CDU às eleições para o PE seguiu para Mesquitela, freguesia extinta pelo anterior governo PSD/CDS e integrada numa União com Mangualde e Cunha Alta.

À sua espera estava a maior parte dos residentes, para manifestarem, uma vez mais, a sua profunda preocupação com o projecto de construção de um grande aviário dentro da área urbana da localidade. «A vontade da população não pode ser ignorada», frisou João Ferreira.

Num abaixo-assinado com centenas de assinaturas alerta-se para o facto de a Câmara Municipal de Mangualde pretender licenciar (ou já licenciou) o pedido de edificação de um aviário para milhares de aves, depois de estarem previstos outros projectos: estufas para a produção de cogumelos e uma plantação de avelaneiras. Esta diversidade de propostas para o mesmo terreno levanta naturais suspeitas junto da população. Interrogam-se os moradores sobre o que terá levado os promotores a alterar o projecto inicial.

Numa «roda» à volta do convidado, para que todos pudessem ouvir e participar, foi destacado o facto de João Ferreira ser o primeiro deputado do Parlamento Europeu e da Assembleia da República (AR) que ali se deslocou.

Valorizadas foram também as perguntas que o Grupo Parlamentar do PCP – que não tem nenhum deputado eleito pelo círculo do distrito de Viseu – entregou na AR, dirigida ao Governo, a solicitar um «cabal esclarecimento da situação», nomeadamente se o Plano Director Municipal contempla «para este terreno em concreto a edificação de estruturas em alvenaria».

«Quais os pressupostos legais que permitem a construção de um aviário dentro de uma área urbana?», «tem o Ministério do Ambiente conhecimento se foi feito o conveniente estudo de impacto ambiental?», «que medidas vão ser tomadas para o devido tratamento dos inertes, estrumes e efluentes do equipamento avícola?» e «que medidas vai o Governo tomar para que sejam respeitadas as linhas de água históricas do local e o acesso da população às águas subterrâneas?», foram outras das questões colocadas.

Entretanto, o candidato e deputado pôde ver com os seus próprios olhos o bloqueamento do curso de linhas naturais e o soterramento de captações e minas de água existentes, levadas a cabo pela movimentação de terras para a construção do aviário, com uma capacidade muito superior à licenciada (39 mil aves).

No final, João Ferreira assumiu o compromisso de perguntar à Comissão Europeia se aquele projecto «tem apoios públicos vindos da UE» e se «todos os requisitos ambientais foram cumpridos».

In jornal «Avante!», edição nº 2361, 28 de Fevereiro de 2019